Starbucks Coffee

Eram apenas 10 horas da manhã e o sol já batia forte. O tempo era fresco então resolvi vestir uma roupa que se adequasse ao mesmo. Fui para rua e comecei a andar um pouco. Minha casa ficava à poucos quarteirões do shopping, então preferi ir à pé. Ao chegar o estabelecimento, comecei a procurar por um lugar onde poderia tomar meu café da manhã. Tinha chegado à poucos dias, então não tinha nada na minha cozinha que pudesse me satisfazer. Apenas um paco de biscoitos que comprei depois de sair do avião. A viajem tinha sido longa então a primeira coisa que eu fix foi me jogar na cama e não acordar até hora.
Foi depois de alguns minutos, de caminhada pelo shopping, que eu encontrei o Starbucks. Adentrei o local e fui, direto para fila, comprar uma bebida. - Um Caffè Mocha e um croissant de peru. - Pedi, paguei e fui me sentar numa das mesas enquanto meu pedido era preparado. O lugar estava cheio, para essa hora da manhã, mas ainda haviam algumas poucas mesas vagas.

I want to see you choke on your lies,

Meus olhos não pareciam mais de uma corsa assustada, de uma pessoa atormentada, eles já estavam normais. Eu já era uma pessoa normal. Uma pessoa normal que guarda um segredo. Mas quem não tem seus segredos?

Acordei assustada e com o lábio sangrando. Nunca fui de ter pesadelos de noite, mas esta noite eu tive, minha mãe estava nele. Minha mãe e meu pai, minha mãe andava até mim com uma poça enorme de sangue aos seus pés e uma mancha horrível de sangue em sua camisola. O sorriso dela era algo assustador, até para mim, nunca pensei que veria minha mãe com aquele rosto, com aquele sorriso. E meu pai estava ao meu lado, incentivando-me a atirar a faca que estava em minha mão, era algo horrível porque eu não conseguia, não conseguia terminar de matar minha mãe e então ela chegou perto de mim, tentando me sufocar dizendo “Como você pode Michelle? Depois de tudo que eu fiz pra você.” Eu estava sufocando, minha mão estava imóvel eu não conseguia terminar de matar minha mãe, meu pai gritava furioso e minha mãe roubou a faca de minha mão, enfiando em meu peito e então deu uma risada e eu acordei, sufocando um grito.

Nunca havia tido pesadelos, nunca em toda a minha vida e nunca pensei que teria com meus dezessete anos de idade e ainda mais com minha mãe me matando. Suguei um pouco do sangue de minha boca, ele não tinha um gosto tão ruim assim, era só sangue e me levantei, passando as costas de minha mão em minha boca para tentar conter o sangue e o máximo que eu consegui foi deixar minha mão ensanguentada, ótimo eu tinha mordido terrivelmente forte.

Eu tomei a decisão de que eu iria sair de casa, para andar pelo menos não aguentaria ficar olhando para minha irmã com os olhos tristes, já faziam 2 anos desde que mamãe morreu e ela ainda não havia superado, até eu com minha atuação já havia conseguido superar, já não gritava mais sempre que ouvir Helena, não importa em que lugar, não gritava mais sempre que ouvia mãe, já estava curada, Helena Nichols não fazia mais efeito em mim ou seria melhor dizer na máscara ?

Eu fui até o banheiro de meu quarto, lavei meu lábio na pia e entrei no banho, estava calor demais mesmo para esta hora da manhã. Não demorei muito no banho e fui me arrumar, Evelyn já deve ter percebido que eu acordei. E já deve estar arrumando a mesa do café da manhã para sua irmãzinha, pena que sua irmãzinha irá recusar...

Estava vestida com a bandeira dos EUA, literalmente. Abri a porta do quarto com um sorriso no rosto, meu lábio estava mais vermelho do que de costume, mas nada preocupante. Uma irmã mais velha bem sorridente veio me cumprimentar e eu sorri tristemente a ela, ela talvez entenderia isso, ou não. Eu murmurei um ‘não vou comer aqui em casa’ pra ela durante o tempo em que ela me abraçou e senti o olhar dela de fúria me encarar. Eu tinha certeza que ela deveria ter preparado algo espetacular para tomarmos café da manhã e eu apenas sorri debochadamente pra ela enquanto fechava a porta de casa, se ela viu não tenho certeza, mas não tenho medo de que tenha visto.

Iria para o Starbucks, só conhecia o que tinha no shopping, alguns quarteirões de minha casa, nada muito longe para ir andando. Demorei uns vinte e cinco minutos para chegar a loja e ela estava abarrotada de gente, o que me fez querer ir para outro lugar, mas entrei no lugar, empurrando algumas pessoas e fui para a fila, bem grande para esta hora da manhã. Quinze minutos se passaram e então eu pedi com uma voz bem doce.

– Um Frapuccino a base de creme e um muffin de chocolate. – eu estava inocente demais esta manhã, mas não ligava para isso ninguém me conhece, posso ser quem eu quiser, mas inocente é o que eu desejo hoje, amanhã eu posso ser grossa se quiser ou qualquer outra coisa. Esperei no balcão ao lado e então eles em entregaram o pedido e eu sorri docemente para a garota que me entregou e fui atrás de um lugar para sentar , o que era algo que não tinha, mas havia uma garota, sentada sozinha o que me deu esperanças que eu poderia sentar e ficar ali.

Coloquei o melhor sorriso em meu rosto e fui até a mesa da garota. – Hey... eu poderia sentar aqui? Não tem mais nenhum lugar onde eu possa ir... –falei baixinho, mas alto suficiente para que a garota ouvisse e torcia para que a garota deixasse que eu me sentasse ali.
que vivo.

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Assim que ouvi o meu pedido, seguido pelo meu nome, fui ao balcão pegar. Depois voltei para a minha mesa e comecei à saborear o meu café-da-manhã. Acho que estava com tanta fome, que nem percebi que metade do meu croissant já tinha ido embora quando alguém se aproximou de mim. Uma garota, meio baixa e com cabelos longos e escuros. Ela pedia, gentilmente, para se sentar comigo e parecia meio tímida. Eu sorri de um jeito amigável para ela e apontei para a cadeira na minha frente.
- Pode se sentar, sim. - Dei uma risadinha - É sempre bom ter companhia para o café. - Sorri e tomei mais uns goles da minha bebida. Logo depois sequei os cantos da minha boca, com o guardanapo e olhei para a garota. - Oh! Quase que eu esqueço... O meu nome é Nicolette, mas pode me chamar de Nikki. - Sorri e estendi a mão direita, em forma de cumprimento. Esperei a sua resposta, sorrindo e com a mão estendida, para que ela apertasse.

I want to see you choke on your lies,

A garota havia deixado eu me sentar com ela, ótimo Michelle. Um ótimo passo, agora sorria para a garota timidamente, para manter sua personalidade. Sorri ao me sentar na cadeira onde a garota loira de olhos azuis,que eu fui perceber assim que me sentei, apontou. Eu tomei um gole de meu Frapuccino, enquanto ouvia a garota se apresentar. Nikki, era o apelido dela, era mais fácil do que o próprio nome, deixei o copo do Frapuccino de lado e apertei a mão dela, tímida ainda.

–Me chamo Michelle, com dois ‘l’ e você pode me chamar do jeito que achar melhor – sorri meio de canto enquanto pegava meu muffin, para dar uma pequenina mordida em um dos lados dele e sorri para a garota novamente, estava conseguindo manter bem a personalidade, isso é bem fácil pra mim mas nunca tive de interpretar essas personalidade, de ser tão doce e frágil ao mesmo tempo, isso era novo pra mim e eu estava bem focada em ser a garota problemática que ficava difícil interpretar outra personalidade novamente, não era fácil ser eu, disso eu tenho certeza.

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A garota se sentou se apresentou. Eu sorri gentilmente para ela e tomei um gole do meu café.
- Então, você é daqui? - perguntei apoiando o copo devolta na mesa. - Nova York é bem confusa. Nunca vi uma cidade com tantos números... - ri e sorri novamente.
Enquanto esperava a sua resposta dei uma mordida no meu pão e me lembrei do verão que eu passei na França, com o meu pai e a Zoë. Ela sempre foi como uma irmã para mim, mas ultimamente tem estado tão distantes... Balancei a cabeça tentando tirar isso da minha mente. Me ajeitei na cadeira e tomei mais um gole da minha bebida.